Verbete: Junho / 2008.
Rentenmark
Dicionário de Economia do Século XXI.
Unidade monetária instituída em 15/10/1923 na Alemanha, no auge do período hiperinflacionário daquele país, com a equivalência de 1 Rentenmark por 1 trilhão de marcos-papel. O valor do Rentenmark em notas emitidas pelo Rentenbank a partir daquela data foi estabelecido em 1 marco-ouro (ou do período anterior à Primeira Guerra Mundial), tanto para efeitos internos quanto externos e em termos de dólares norte-americanos – a única moeda padrão-ouro naquele momento. As notas do Rentenmark não eram conversíveis, a não ser em títulos de marcos-ouro a 5%, que representavam um primeiro vínculo imposto a todas as terras agrícolas do país e sobre todas as empresas; além disso, não eram de curso forçado, embora as instituições governamentais fossem obrigadas a aceitá-los. A nova moeda foi recebida ansiosamente pela população, que não possuía nenhum meio de pagamento estável para realizar suas operações cotidianas. A estabilidade do Rentenmark permaneceu incerta durante alguns meses, mas foi assegurada em abril de 1924. Com a reorganização do Reichsbank e a aprovação do Plano Dawes em agosto de 1924, uma moeda vinculada ao padrão-ouro foi introduzida o – Reichsmark – e o Rentenmark começou a ser retirado de circulação. Vários fatores contribuíram para o êxito do Rentenmark, isto é, para a quebra do círculo vicioso da inflação acelerada pela introdução de uma moeda não lastreada no ouro. A moeda estava aparentemente lastreada em ativos reais (terras agricultáveis, indústrias etc.) e ganhou a confiança da população especialmente no meio rural. Dessa maneira, a reforma monetária foi aprovada tanto pelos partidos conservadores quanto pelos liberais. Surgia como uma emissão que correspondia ao clamor popular de ter uma moeda vinculada a alguma mercadoria agrícola básica e fora do controle do governo e do Reichsbank. Mas o fator decisivo foi a absoluta restrição imposta ao Reichsbank de emitir adicionalmente. Uma vez que os títulos do Tesouro não poderiam mais ser descontados pelo Reichsbank, foi imposto um rígido limite aos gastos governamentais, o mesmo acontecendo com o crédito às empresas cuja dependência do Reichsbank de capital de giro era um dos fatores que impulsionavam a inflação. As forças depressivas que esse tipo de política econômica de combate à inflação gerou foram amenizadas por créditos externos, que começaram a fluir no final de 1924, e pela adoção do já mencionado Plano Dawes para o pagamento das reparações de guerra. Veja também: Hiperinflação; Plano Dawes; Plano Young; Reichsmark. |