BARNARD, Chester (1886-1961).
Embora tenha escrito dois livros de grande importância, um deles considerado por alguns como uma obra - prima, Chester Barnard foi mais um executivo prático do que um acadêmico. De fato, o livro “The Functions of the Executive" (1938) (As Funções do Executivo), marcou época, e o outro,"Organization and Management" (1948) (Organização e Administração), também foi considerado uma contribuição importante para a ciência da administração. Chester Barnard, passou quase toda a sua vida de trabalho numa única empresa a American Telephone and Telegraph (ATT) onde começou como funcionário do departamento de estatística até tornar-se presidente da Bell Telephone Company de New Jersey. Embora não tenha participado dos estudos de Hawthorne, conviveu com Elton Mayo e Fritz Roethlisberger, e outros representantes da Escola de Relações Humanas. Barnard ccomeçou a redigir sua principal obra num momento em que os resultados dos experimentos em Hawthorne começavam a ser divulgados e a entrar em rota de colisão com as concepções dos representantes da Escola Clássica ( Taylor e Fayol entre outros). No início de seu livro apresenta uma teoria da cooperação na organização formal. A cooperação se origina de uma necessidade individual de cumprir propósitos em um sistema cambiante em que vários elementos biológicos, psicológicos e sociais estão combinados. O executivo precisa ter eficácia, isto é, alcançar os objetivos da organização que dirige, e agir com eficiência, ou seja, satisfazer seus motivos individuais, na medida em que tenta realizar os objetivos de sua organização. A organização é considerada como um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. Se não houver cooperação entre elas, a organização não sobreviverá. A função do executivo - daí o título do livro - consiste em ter a capacidade de tomar decisões que dêem um significado à coordenação da atividade organizada. Para Barnard uma organização existiria quando fossem satisfeitas três condições: a) Há pessoas capazes de se comunicar entre si; b) Elas estão dispostas a contribuir com sua ação; e c) Para cumprir um propósito comum. A condição (b) significa a disposição de sacrificar o controle da própria conduta em benefício da coordenação. Como isso depende de cada individuo que compõe um grupo, o sistema global é instável, pois depende do estado de satisfações e insatisfações das pessoas dentro de cada organização. A condição (c) significa que cada organização tem um objetivo, mas por si ele não produz cooperação a não ser quando aceito pelos participantes do grupo. Além de seu caráter objetivo, o fim a ser alcançado por uma empresa tem um significado subjetivo para aqueles que dela participam. Uma das funções do executivo consiste em introduzir a crença na existência real do propósito comum. A continuidade de uma organização não depende apenas dessa habilidade executiva em propagar, mas também na habilidade em rever e renovar o propósito. Outra função do executivo é a comunicação, que liga o propósito à disposição individual de cooperar. Com base nos resultados de alguns dos experimentos de Hawthorne, Barnard enfatiza que a comunicação não é apenas a escrita e falada, mas também aquela originada na habilidade de entender as situações e intenções não verbalizadas (Veja-se, por exemplo, o conceito de Binging). Essa capacidade é desenvolvida pela experiência e pelo treinamento. Outro aspecto importante das concepções de Barnard são aquelas que relacionam a organização formal e a informal. Na medida em que vai se tornando eficaz, a organização informal vai se formalizando e explicitando suas atitudes e instituições. Nos capítulos finais de seu livro, Barnard assinala que o trabalho do executivo não consiste tanto em organizar como em manter a organização em funcionamento eficaz. Isto requer certas qualidades no executivo entre as quais Barnard cita, a lealdade à organização e à seus objetivos, a flexibilidade, a capacidade de adaptação, o tato, a coragem etc. e evidentemente à capacidade de liderança, definida por Barnard como o poder que os indivíduos têm de inspirar a cooperação através da crença na compreensão comum, na possibilidade de sucesso e na satisfação dos indivíduos. Veja também Barnard, Chester; Binging. |