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mar 15 2010

Sinais de Recuperação

A economia brasileira dá sinais de franca recuperação. A crise iniciada em 2008 nos Estados Unidos  nos  jogou  na lona – em 2009 – mas o Pib se levantou bem antes da contagem dos dez segundos. A  principal razão foi a solidez do nosso sistema financeiro. Nenhum Banco importante operando aqui teve que ser socorrido, nem quebrou espalhando o vírus da insolvência.

Alguns atribuem o fato à existência de regulamentação e fiscalização do Banco Central. O controle ajudou. Mas, a saúde do sistema deveu-se ao que faz qualquer banqueiro sorrir: um cliente super seguro que paga juros estratosféricos. Este ser dadivoso como sabemos é o governo federal que necessita rolar sua crescente dívida pública.

Nossos Bancos não precisaram sair à cata da galera do sub-prime como ocorreu com os irmãos americanos. Lá, uma taxa de juros (prime) foi fixada no encontro do rodapé com  o assoalho, isto é, oscilando em torno de 1% ao ano a partir de setembro de 2001. Por que? Para reverter as expectativas sombrias depois dos atentados do 11 de setembro. Diante desta taxa irrisória, Bancos e financeiras iniciaram a temporada de caça aos que pagassem mais. Entra em cena a turma do sub-prime: clientes sem garantias, mas dispostos a encarar taxas de juros ( flutuantes) bem mais elevadas. A partir de 2005 a expansão do consumo e o temor de pressões inflacionárias levou o FED a aumentar os juros pegando os endividados no contrapé. Quebradeira geral. O socorro veio com vigorosa intervenção governamental coisa que nem os intervencionistas americanos gostam muito.

No Brasil, ao contrário, com taxas de juros estratosféricas, os balanços dos Bancos nunca foram tão bons. Mas a crise internacional derrubou os preços das exportações e as quantidades exportadas. Como sempre fazem quando perdem mercados, empresários começaram a demitir e/ou dar férias coletivas e reduzir seus planos de investimento. Não adiantaram os apelos do governo para que as empresas segurassem seus trabalhadores, pois  cada demissão ocasiona menor consumo, redução dos lucros, menos investimentos e novas demissões. O círculo vicioso da recessão.

Para quebrá-lo, o governo adotou a política correta: reduziu  preços de carros, linha branca, material de construção, cortando impostos. O consumo se manteve – em alguns casos até aumentou – as demissões foram interrompidas e o Pib não caiu tanto como em outros paises. O crescimento real do salário mínimo e as políticas  sociais como o bolsa família também ajudaram. O ano de 2009 foi um “round” perdido mas que preparou a recuperação dos investimentos e do Pib em 2010. Custo: as contas públicas se deterioraram. Bem, mas deixemos isso para depois das eleições…

1 comentário

  1. Melinda

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