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jun 12 2012

A Dívida, a tatuagem e o Pib em queda no Brasil

A tatuagem dura mais que o amor, assim como as dívidas sobrevivem à ossada de um carro usado. Resultado: a explosão da inadimplência. No primeiro semestre  de 2012  os atrasos aumentaram mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.  É a ressaca da farra dos crediários a partir de 2009, que embora tenha compensado os efeitos da crise internacional, não foi acompanhada pelo aumento dos investimentos, sem os quais a expansão sustentável da economia fica comprometida. A queda da Selic ajuda.  Mas, contribui mais para reduzir o custo da dívida pública e para alegrar os exportadores com a valorização do dólar do que para estimular o investimento. Especialmente entre aqueles de fora do círculo dos amigos do BNDES que enfrentam taxas de juros escorchantes dos Bancos em geral.

A expansão de nossa economia se apóia em mesa de três pernas: o consumo interno, o externo (exportações) e os investimentos (internos e externos). São pernas siamesas e até certo ponto interdependentes. O consumo interno pode ser estimulado baixando os preços via queda de impostos o que tem sido feito com sucesso depois de 2008. O aumento da renda dos mais pobres também ajuda. Mas a dinâmica expansionista do emprego e da renda dá sinais de fadiga.  O externo depende da expansão da Ásia, da China especialmente, da Europa, e dos Estados Unidos. Nesse quesito as coisas não vão bem. Os investimentos internos públicos estão em queda, e os privados dependem de financiamentos a juros civilizados: apesar do banho de loja que os bancos deram nas suas taxas premidos pelo “exemplo” do BB e da CEF, estas ainda são estratosféricas. Os investidores externos estão escaldados com a crise que se agrava na Europa – a Espanha cambaleia…- e procuram um lugar seguro para esperar a tempestade passar. No jargão financeiro dos anos 60, “vão dançar com a irmã…” e, o melhor salão para isso (ainda) são os títulos do Tesouro americano.

O investimento que leva o pomposo nome de formação bruta de capital fixo cai em 2012 em relação ao ano passado. As expectativas não são boas e a maioria dos empresários vive delas. Da mesa de três pernas, duas estão mancando: o investimento e as vendas externas (exportações). O Pib de 2012 será certamente menor do que o de 2011, que já foi ruim. Não seria de estranhar se ficar abaixo dos 2,0%. O crescimento tipo vôo de galinha esta de volta. Infelizmente com galinhas mais magras…