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abr 28 2008

Paradoxo de Gibson

Comportamento contraditório entre preços, taxas de juros e emissão de moeda verificado por Gibson no início do século XX. Gibson procurou verificar se o crescimento da oferta de moeda provocaria um aumento dos preços e uma queda das taxas de juros. Examinando a evolução dos preços durante o século XIX, ele esperava encontrar uma relação inversa entre os índices de preços e as taxas de juros, isto é, quando os preços estivessem em elevação (pelo aumento da emissão de moeda), as taxas de juros deveriam apresentar uma tendência descendente e vice-versa.

No entanto, ele encontrou um resultado diferente do esperado: aparentemente, o aumento na oferta monetária provocava ao mesmo tempo uma elevação dos preços e um aumento da taxa de juros. O comportamento dessas variáveis parecia paradoxal, pois a oferta em expansão de moeda deveria provocar uma queda nas taxas de juros. Gibson procurou explicar o fenômeno utilizando-se do conceito das expectativas do público sobre o comportamento futuro dos preços.

A experiência de preços em elevação numa determinada conjuntura pode levar o público a expectativas inflacionárias crescentes e, portanto, de taxas nominais de juros mais elevadas. Mesmo que a maior oferta de moeda resultar numa queda temporária nas taxas de juros, aqueles que emprestaram dinheiro vão perceber que perderão se emprestarem a taxas nominais de juros mais baixas.

Portanto, a oferta de crédito somente se dará a taxas de juros mais elevadas, que possam compensar essas expectativas do público de preços em elevação. No início dos anos 80, Paul Volcker, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, baseou-se nessas concepções de Gibson, isto é, recomendando a contração da oferta monetária, para reduzir as elevadas taxas de juros que vigoraram durante a década passada naquele país em particular e no mundo em geral.

Dicionário de Economia do Século XXI.